Estael Sias, meteorologista da Central de Meteorologia
Ondas de calor durante o verão não chegam a ser novidade. Basta uma sequência de dias de tempo seco para que a temperatura “dispare”. O que há de diferente neste ano é a sensação térmica mais elevada, pois no termômetro ainda não registramos nenhum recorde significativo em relação aos últimos anos.
Essa série de dias secos é causada pelo bloqueio atmosférico – uma forte massa de ar quente – que impede a entrada de frentes frias e, por consequência, inibe a chuva e deixa os dias mais ensolarados. Só que, neste ano, as chuvas têm ocorrido sem a atuação de uma frente fria, ainda que numa distribuição irregular e isolada. Essa umidade eleva a sensação de calor.
Isso está relacionado ao El Niño, que deixa o ar mais úmido no Sul do país. Nem sempre essa umidade se converte em chuva e, com o bloqueio, a umidade eleva a sensação térmica.
A sensação térmica é um índice que relaciona a temperatura e a umidade. Isso porque o ar seco permite que a gente transpire e regule a temperatura corpórea em relação ao ambiente – ou melhor, o organismo se resfria pelo suor. Mas, em dias muito úmidos, o suor evapora menos, e a temperatura interna do corpo acaba sendo maior em relação ao ambiente. É como se a umidade fosse um cobertor intensificando a sensação de calor. Em síntese, em dias úmidos a taxa de resfriamento, ou taxa de perda de calor do corpo para o ambiente, é menor.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br
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